HAVANA (Reuters) - Os guerrilheiros colombianos das Farc alertaram nesta sexta-feira que não aceitarão que o governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, estabeleça uma data limite para a conclusão das negociações de paz em Havana, com a qual se busca encerrar o conflito armado mais antigo do hemisfério.
As conversas entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) já duram mais de dois anos em Cuba e acontecem em meio à continuidade do conflito, após Santos ter se negado a aderir a um cessar-fogo bilateral.
Santos disse recentemente que um prazo deve ser estabelecido para o fim das negociações com a guerrilha e afirmou que a paciência do povo colombiano estava se esgotando, após um ataque do grupo rebelde no departamento de Cauca ter resultado na morte de 11 militares, ferindo outros 20.
As Farc disseram que não permitirão a imposição de prazos para o fim das conversas em Havana.
"A ocorrência da paz não se consegue com um cronômetro nas mãos, mas resolvendo temas. Se pressa é a questão, desde o ciclo 34 de conversas que colocamos sobre a mesa as propostas referentes às vítimas", disseram as Farc nesta sexta-feira, em um carta enviada ao presidente colombiano.
As Farc, que contam com cerca de 8 mil combatentes e são consideradas uma organização terrorista pela União Europeia e os Estados Unidos, criticaram Santos, dizendo que "é fácil, muito fácil, seguir falando sobre a guerra sentados em escritórios ou a partir das trincheiras das redes sociais."
(Reportagem de Nelson Acosta)